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HOMENAGEM AO MESTRE PEDRO ANTÔNIO GRISA

Àquele que vê contido dentro de si mesmo, como num sonho, o universo que se mostra como externo pela atividade da “ilusão”, e que testemunha o a sua Essência imutável no momento do despertar – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

Àquele que, à semelhança de um grande iogue ou de um mago, faz surgir por sua própria vontade este universo, o qual, na realidade é sem forma, como o germe de uma semente, mas em seguida toma a forma através da “ilusão” e se diferencia através da diversidade do espaço e do tempo – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

Àquele cuja manifestação, que tem a essência da Realidade, aparece como o objeto de noções da não-realidade; que ilumina diretamente os que recorrem as máximas da tradição com “Tu és Isto”; e cuja percepção direta impede o retorno a ilusão – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

Àquele cuja sabedoria vibra do lado de fora, mediada pelos olhos e pelos portais dos sentidos, à semelhança da luz brilhante de uma grande lâmpada posta no bojo de uma urna com diferentes buracos – conheço Aquele no rastro de cujo esplendor brilha todo este universo. A Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

Àquele que destrói o grande engano criado pelo jogo do poder da ilusão daqueles que se consideram o corpo, ou a força vital, ou os sentidos, ou a caprichosa mente, ou o vazio; ou que por erro declaram sem hesitar que são uma mulher, um homem, uma criança, um cego ou um estúpido – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

O viril que, através do recolhimento dos sentidos que se assemelha a um eclipse do sol ou da lua, entra em sono profundo e assim se torna o puro Ser, mas que, devido à coberta da ilusão, ao acordar se lembra apenas de ter dormido – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

Àquele que através de gestos auspiciosos, revela aos Seus adoradores o Sua própria Essência, que se manifesta interiormente como o “Eu” passado e presente, em todos os estados de consciência, como a infância ou a vigília – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

O Ser que, arrastado pela “ilusão”, vê no sonho ou no estado de vigília o universo como algo diferenciado pelo relacionamento entre possuidor e possuído, ou mestre e discípulo, ou pai e filho, etc. – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

Àquele cuja forma óctupla – terra, água, fogo, ar éter, sol, lua e homem – se manifesta como este universo, que consiste de coisas móveis e imóveis, e além do qual supremo Senhor nada existe para aqueles que refletem profundamente sobre este assunto – a Ele, o abençoado Dakshnamûrti, sob a forma do meu abençoado mestre, presto esta homenagem.

Uma vez que a Essência da Totalidade foi evidenciada neste hino, aquele que o ouvir, que meditar e contemplar o seu significado, e que o recitar, realizará “soberania” associada ao grande esplendor da Essência da Totalidade, bem como o “domínio” ilimitado que se manifesta oito vezes sob a forma dos grandes “poderes mágicos”.

Prostro-me perante o Deus Dakshnamûrti, o Senhor, o mestre dos três mundos, que elimina com destreza o sofrimento do nascimento e da morte e que, sentado sobre o chão ao pé da figueira, confere rapidamente a sabedoria a toda uma multidão de sábios.

Ó maravilha! Os discípulos ao pé da figueira são idosos. O mestre é jovem. O silêncio do mestre é a instrução que destruiu as dúvidas dos discípulos.

Om. Homenagem ao conteúdo deste som. Homenagem a Dakshnamûrti, tranquilo e imaculado, encarnação única da pura sabedoria.

Homenagem a Dakshnamûrti, tesouro de todo o conhecimento, mestre de todos os mundos e “curador” daqueles que são afligidos pela existência condicionada.

Adoro o jovem Dakshnamûrti, Senhor dos preceptores, que confere a verdade do Absoluto através da instrução do silêncio, que é rodeado por uma multidão de videntes idosos dedicados à realização do Absoluto, cuja mão faz o gesto de conceder a Consciência, cuja a forma é a da Infinita Bem-Aventurança, cujo deleite é o Essência do ser, cuja fala é contente.

(Tradução de Georg Feuerstein em A Tradição do Yoga do Hino Dakshnamûrti Stotra de Shankara, renovador da ordem dos Swamis e maior expoente da Filosofia Vedanta. Adaptação de Itelvino Segundo Giacomelli)